A paisagem que me representa: Rui Algarvio representando-se na obra
Resumo
Esta reflexão baseia-se na Residência Artística designada A paisagem que me representa, no âmbito do encontro internacional Montanha Mágica/Arte e Paisagem. O desafio que se colocou foi o de explorar o processo criativo para pensar-se e representar-se através do pensamento e da micropaisagem do Jardim de Malufa em Covilhã. Nesta perspetiva, augurava-se que a interpretação desse Jardim resultasse na representação de si, artista. A ideia de partida, para este desafio, era a de interpretar a identidade do lugar do jardim através da representação baseada em dialéticas como as seguintes: imaginação-perceção; realidade interna-realidade externa; memórias-novos conhecimentos. Esta abordagem previa uma inter-relação interno-externo pela dinâmica de introspeção/extrospeção. Neste sentido, a relação entre o artista e o jardim passaria por uma reflexão baseada no seu interior através da interpretação da exterioridade do lugar, recorrendo à expressão de exteriorização de todo o fenómeno. Sendo que este, assente na dialética e simbiose subjetivo-objetivo, resultou em representações da identidade do artista – a paisagem humana – através da interpretação da identidade do lugar/jardim – a paisagem natural. Quem participou com um projeto criativo nesta atividade foi o artista Rui Algarvio e eu-próprio. No caso da presente reflexão teórica, esta teve como referência a nossa partilha de ideias nas visitas ao ateliê do artista e aos jardins, nas quais assumi o papel de ouvinte atento do que o Rui ia relatando relativamente ao seu processo criativo, ao que o surpreendia, ao que estranhava e ao que admirava.
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Direitos de Autor (c) 2023 Luís Filipe Salgado Pereira Rodrigues

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Artigo aceite em 2023-09-21
Artigo publicado em 2023-09-21