1898-1919: os primeiros anos do cinema no sotavento algarvio
Resumo
Neste artigo contribuímos para um melhor conhecimento sobre a exibição e receção do cinema na sub-região do sotavento algarvio, inventariando os diferentes espaços de exibição que, entre 1898 e 1919, surgiram nas localidades de Faro, Olhão, Tavira, Loulé, São Brás de Alportel e Vila Real de Santo António, assim como os filmes que aí foram exibidos, e a sua receção pelo publico e a imprensa algarvia.
No Algarve, o salão High-Life, da empresa Neves & Pascaud, e a empresa Alves França desempenharam um papel fundamental na afirmação do cinema enquanto espetáculo e forma de lazer. Entre 1910 e 1917, surgiram novas salas, preparadas para acolher as sessões de animatógrafo, mas, tal como no resto do país, não se verificou uma substituição cronologicamente delimitada dos salões itinerantes por salas fixas, verificando-se, sim, uma coexistência que se manteve por vários anos.
Durante a primeira década do século XX, o cinema francês ocupou uma posição hegemónica nas salas do sotavento algarvio, graças à capacidade de produção e distribuição das produtoras Pathé Frères e Gaumont, merecendo rasgados elogios da imprensa local. Durante a década de 1910, a produção italiana e norte-americana, conquistou um espaço importante, registando enorme popularidade junto do grande público, graças a filmes como Maciste (Borgnetto, Denizot, 1915), e novas vedetas como Eddie Polo. Durante estes anos, verificamos que as principais salas de Faro, Olhão e Tavira se integram no circuito de exibição lisboeta, graças aos contratos assinados com os principais exibidores e distribuidores nacionais.
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Direitos de Autor (c) 2023 Jorge Manuel Neves Carrega

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Artigo aceite em 2023-07-30
Artigo publicado em 2023-07-30