Waterscapes literárias
A representação da água em Viagem à Itália, de Johann Wolfgang von Goethe
Resumo
cultural e tema artístico perpassa culturas e a própria trajetória de fixação e desenvolvimento da humanidade. Em tempos mais recentes, a água converteu-se em um dos recursos de maior valor recreativo, patrimonial e turístico, movimento este relacionado com uma interpretação sensível impulsionada pelo Grand Tour, iniciado no século XVII e praticado por grandes nomes das artes, a exemplo de Goethe. A intensa representação estética da água é parte do legado do Grand Tour e, embora disseminada nas artes, são reduzidos os estudos sob a perspectiva de waterscape cujo recorte de investigação aproxima literatura e turismo. A pesquisa explorou esta lacuna e indagou: como se apresentam as paisagens aquáticas nos relatos de Grand Tour de Johann Wolfgang von Goethe em sua obra Viagem à Itália? Objetivou analisar as paisagens aquáticas – waterscape – na obra Viagem à Itália, de Goethe. Aplicou o método topoanalítico, de análise do espaço a partir de oito tópicos, pertinentes de observação na literatura de prosa e verso. Constatou-se que a waterscape goethiana é conotativamente positiva e associa as águas da Itália à vivacidade, alegria, luminosidade, fluidez. As viagens lacustres e marítimas são momentos carregados de emoção. As gôndolas, a imensidão do mar azul e os reflexos esverdeados da água marítima, os rios, as lagunas, as praias e os canais articulam a paisagem aquática italiana narrada pelo poeta.
Direitos de Autor (c) 2023 Isabel Vieira, Marcelo Chemin
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Artigo aceite em 2023-01-18
Artigo publicado em 2023-01-18