El invierno en Lisboa: Semiose de um lugar turístico no romance de Muñoz Molina e no filme de Zorrilla
Resumo
A possibilidade de incorporar, no universo do Turismo Literário, a visita de lugares ficcionais ou não existentes (Butler, 2022: 79) encontra no romance El invierno en Lisboa, de Antonio Muñoz Molina (1987), e no filme homónimo de José Antonio Zorrilla (1991), um profícuo campo de indagação. Este artigo analisa, num primeiro momento, a forma como esta obra de Molina confere à representação do espaço, em especial da cidade de Lisboa, um tratamento peculiar, marcado, em simultâneo, pela promoção da sua importância actancial e pela denegação da sua identidade toponímica. Nessa análise, examina as respostas editoriais a esse traço idiossincrásico, nomeadamente através das capas de algumas edições internacionais deste romance de Molina. Reflete, depois, sobre as estratégias de representação espacial da cidade de Lisboa aplicadas por José Antonio Zorrilla no filme inspirado pelo romance de Molina e filmado, também, em San Sebastián e Madrid, apoiando-se nos dados assim recolhidos para discutir o valor hermenêutico da possibilidade e da impossibilidade de reconhecimento dos lugares da capital portuguesa onde o protagonista evolui.
Por fim, questiona-se a possibilidade de uma proposta de experiência turística emular o efeito hermenêutico decorrente das opções de representação espacial em que se apoia El invierno en Lisboa, nas suas conformações romanesca e fílmica.
Direitos de Autor (c) 2023 Sara Rodrigues de Sousa
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Artigo aceite em 2023-12-20
Artigo publicado em 2023-12-20