Veiculação dos pseudoacontecimentos produzidos pelo Chega na cobertura da campanha eleitoral para as eleições legislativas de 2019
Resumo
A entrada do Chega na Assembleia da República, após as eleições legislativas de 2019, representou um ponto de viragem nos panoramas político e mediático portugueses. Intrinsecamente ligado à figura do seu líder, André Ventura, este partido surgia como o primeiro representante da direita radical populista a alcançar um assento parlamentar em Portugal. Ao longo de toda a campanha eleitoral, foi possível notar que a comunicação política do partido liderado por André Ventura demonstrava um profundo conhecimento das rotinas de produção noticiosa. Entre os atos comunicativos produzidos pelo Chega com vista a atrair as atenções mediáticas encontrava-se um conjunto de pseudoacontecimentos, criando uma interrogação relativa à cobertura noticiosa do partido referido: teriam os media noticiosos veiculado os pseudoacontecimentos produzidos pelo Chega? No caso de a resposta ser afirmativa, como teria sido feita essa veiculação?
A pretensão de responder a estas duas perguntas criou a necessidade de uma análise qualitativa das peças de cariz informativo sobre o partido liderado por André Ventura, publicadas durante o período eleitoral, de 1 de agosto a 6 de outubro de 2019.
A investigação feita no presente trabalho mostrou que apenas o jornal I e o Correio da Manhã veicularam os pseudoacontecimentos produzidos pelo Chega, com temáticas circunscritas às questões de género e à corrupção, e com a controvérsia, o conflito e a continuidade como valores-notícia dominantes.
Downloads
Direitos de Autor (c) 2023 Pedro Maia Martins
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Artigo aceite em 2023-02-26
Artigo publicado em 2023-02-28