Peregrinação

Da fonte matricial ao filme de Botelho

  • João Carvalho Universidade do Algarve - FCHS
Palavras-chave: Peregrinação, Fernão Mendes Pinto, Literatura, Cinema, adaptação-recriação

Resumo

A figura de Fernão Mendes Pinto e/ou a sua obra, Peregrinação, inspiraram criativos de diferentes áreas artísticas: da pintura à escultura ou da azulejaria e das diferentes artes gráficas e ilustrativas à banda desenhada, do teatro à música e ao cinema. Escolhemos, para objeto deste nosso texto, e depois de uma sumária apresentação quer da experiência aventureira de vinte e um anos deste viajante português da época dos Descobrimentos, quer do sucesso e da natureza da obra deste autor quinhentista, a adaptação-recriação cinematográfica de 2017 do realizador João Botelho, lugar de interrogação da História a partir do presente do cineasta (e nosso) e de experimentação de diversos modos de contar/filmar uma história (a sua e a de outros) e lugar de encontro entre as diferentes artes, nomeadamente a literatura, a fotografia/pintura, o teatro, e, certamente, a música como ingrediente compositivo e estilístico essencial em que o contar se torna cantar. Recorre-se a dois coros de sete elementos cada (cantores/atores) que reinterpretam sete músicas do álbum discográfico em vinil Por Este Rio Acima (1982) do cantor/compositor Fausto, um nome incontornável da música portuguesa contemporânea e, simultaneamente, um outro trabalho interpretativo sui generis em torno da obra do autor quinhentista. Este expediente dos coros (à maneira operática) destaca-se entre as várias liberdades criativas do cineasta que contribuem para a ideia de cinema como construção e experimentação.

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Publicado
2023-09-21
Como Citar
Carvalho, J. (2023). Peregrinação: Da fonte matricial ao filme de Botelho. Rotura – Revista De Comunicação, Cultura E Artes, 3(2), 78-87. https://doi.org/10.34623/6f9z-ca63
Artigo recebido em 2023-04-22
Artigo aceite em 2023-08-13
Artigo publicado em 2023-09-21