O Manifesto das Ovelhas: Lã, Mulheres e o Fio Invisível
Resumo
Este texto propõe uma reflexão sobre a materialidade da lã como testemunha silenciosa da história das mulheres, conectando a produção têxtil ao contexto rural e à invisibilidade do trabalho feminino. Desenvolvido a partir da metodologia em art based research, o texto entrelaça teoria e prática artística, envolvendo experiências e trabalhos da própria autora como parte do processo investigativo. Destaca o processo de manufatura têxtil que é apagado pelo mercado, que valoriza apenas o produto. O texto dialoga com Donna Haraway, refletindo sobre a interdependência entre o humano e o não-humano, e como as relações de poder e violência estão imbricadas na produção têxtil, especialmente no trabalho das mulheres. O texto também aborda o trabalho das tapeteiras de Arraiolos, a desvalorização das práticas femininas e a construção social da feminilidade através do bordado, com base em teorias de Roszika Parker e Lucy R. Lyppard, questiona a marginalização de práticas artísticas femininas e, ao trabalhar com lã e bordado, a autora cria uma ambiguidade entre presença e ausência, refletindo sobre a violência intercultural e interespécies. Por fim, neste texto provoco uma conexão com a literatura, utilizando a epígrafe de Clarice Lispector e o poema de Sylvia Plath para destacar a busca pelo autoconhecimento e a desconstrução das fronteiras entre o humano e o não-humano.
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Direitos de Autor (c) 2025 Emanuela Constância Boccia

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Artigo aceite em 2025-07-16
Artigo publicado em 2025-09-29















