Greta Garbo como forma fílmica: cinesias de uma atriz-autora no cinema hollywoodiano
Resumo
Greta Garbo, considerada como símbolo do sistema de estrelas até o final da década de 1940, atuou como atriz profissional em mais de 30 filmes, desde o cinema pré-sonoro até o cinema pós-sonoro, sendo parte integrante do complexo modelo hollywoodiano Fordista-Taylorista. No entanto, o mito de Garbo se tornou um modelo operacional para atuação entre a atorialidade – a classe de atores e atrizes. Assim, por meio da metodologia de revisão bibliográfica, buscamos identificar as cinesias operacionais da atuação que a levaram a se consolidar no cânone cinematográfico, em duas instâncias: a atuação em si e o contexto extracinematográfico. Para isso, articulamos a noção de cinesias –movimentos antropológicos que nem sempre são ascendentes em ambientes liminares – aos estudos de atores, especialmente à teoria de ator-autor de Patrick McGilligan. Por meio de uma análise crítica da revisão bibliográfica, descobrimos que Greta Garbo amalgamou todos os preceitos atuação em seu contexto temporário (fascinação, ação dramática, fotogenia, diva do cinema, rosticidade, encarnação do filme e incorporação na atuação, verossimilhança, star system por meio do viés da persona misteriosa), tornando-se uma atriz-autora: ditando as formas dos filmes e interferindo na direção do poder em Hollywood. A indústria revidou, e Garbo nunca ganhou um Oscar em sua carreira de atriz.
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Direitos de Autor (c) 2023 Ricardo Di Carlo Ferreira

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Artigo aceite em 2023-07-30
Artigo publicado em 2023-07-30