Romy Schneider em Portugal: Cinema transnacional e censura no período Marcelista (1968-1974)
Resumo
O objetivo principal deste artigo é investigar a presença de Romy Schneider nos cinemas portugueses, em particular na região do Algarve, valorizando a dimensão transnacional do seu estrelato, e analisando, simultaneamente, os processos de censura aos filmes da atriz em Portugal. O período cronológico escolhido para este artigo vai de 1968 a 1974, ou seja, o período final da ditadura portuguesa, no qual Marcelo Caetano foi Presidente do Conselho de Ministros. Estes anos coincidem com uma representação da atriz no ecrã diferente daquela que a celebrizou nos anos 50, projetando uma imagem de pureza e candura, sobretudo com a trilogia Sissi, a Imperatriz austríaca, e correspondem ao período áureo da sua carreira na indústria de cinema da Europa mediterrânea. Quais os comentários dos censores? Havia maior abertura nos critérios da censura aos filmes, no que respeita a mostrar imagens de corpo nu e a assuntos de ordem ética, nestes últimos anos da ditadura portuguesa? Estas são questões a que tentaremos dar resposta, tendo em conta o conteúdo dos relatórios e processos de censura. A investigação aqui apresentada desenvolveu-se nos arquivos do Secretariado Nacional da Informação e Turismo, nomeadamente nos processos de censura aos filmes estrangeiros, que estão depositados no Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT) em Lisboa.
Downloads
Direitos de Autor (c) 2024 Jorge Carrega, Ana Bela Morais
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Artigo aceite em 2024-09-30
Artigo publicado em 2024-09-30